Q? - Quando vocês chegaram ao hotel, em Venâncio Aires, as meninas estavam ali fora, histéricas. Como vocês, que são bem novos ainda, lidam com o assédio das fãs?
Di - Ah, é gostoso. Mas a gente não acostuma. Sempre quando chegamos ao hotel tem mó galera. Teve gente que dormiu nesse frio aí na frente do hotel, então é porque gosta da banda mesmo. A gente troca uma idéia com as meninas e tenta manter uma conversa normal, tirar fotos. A gente é normal, pô. Mas é mó reconhecimento. Ficamos muito felizes mesmo.
Q? - Vocês conseguiram chegar ao topo bem rápido. O que fizeram de diferente pra chegar ao sucesso, já que tem muita banda tentando e não consegue?
Di - Acho que teve uma série de fatores que ajudaram a gente a chegar até aqui. No começo não tinha como divulgar o nosso som, não tinha a mídia a nosso favor, então usávamos muito a internet. A gente colocou nosso som em um site de downloads e começaram a baixar. Apareciam outros sites que se tornavam mais populares, a gente colocava pra baixar lá também. Então isso foi uma bola de neve. A gente começou a marcar shows fora de São Paulo e só divulgava no nosso site. Tipo, dia tal a gente vai tá lá em Maceió. E quem sabia era só quem entrava no nosso site.Quanto a isso a gente sempre foi muito organizado. Cada um corria atrás de uma coisa. O Daniel, por exemplo, era o cara que vendia os shows.
Dani - Mas é bom lembrar que aqui, pro Sul, parece que a banda explodiu em um ano e meio, dois anos. Mas é um trabalho já de sete anos que o grupo tem. Então, o negócio é trabalhar sério pra chegar até aqui.
Q? - Quando vocês começaram, já tinham a pretensão de ser uma banda de renome nacional (e até internacional, depois da parceria com a cantora Nelly Furtado) ou levavam só na brincadeira?
Di - Começou como hobby, mas a coisa passou a ficar séria mesmo. Começou a virar trabalho e, antes de assinar com a gravadora, a gente já teve que largar nosso emprego e a faculdade pra se dedicar só á banda. A gente sempre almeja chegar num lugar legal, mas quando a gente chega, bate aquele pensamento: "caramba, cara".
Gee - A gente achou que ia conseguir algum sucesso com uns 24 anos (hoje a média de idade dos integrantes é de 21).
Q? - Que influências vocês buscaram pra moldar o som atual do Nx Zero?
Di - Cada um aqui curte um estilo, mas basicamente é rock. A gente é muito eclético quanto ao som. Tipo, eu gosto de tudo, desde Demônios da Garoa, até, sei lá, Roberto Carlos. Tudo que contribuiu pro nosso crescimento a gente toma como influência.
Q? - Incomoda o fato de rotularem a banda seja como emo ou qualquer outro estilo?
Di - Por ser uma das primeiras dessa nova geração, a gente foi a banda que mais sofreu. Mas quem tinha preconceito era quem não conhecia o som. A partir do momento que ele ia no show, deixava de pensar naquilo. Hoje a gente já superou essa coisa do "emo".
Caco - A gente faz um som que nos agrada, basicamente. Não nos preocupamos em fazer determinado estilo.
Dani - O som que a gente começou a fazer foi natural. A gente nunca parou pra pensar nisso. Acho que por isso que agrada, porque é sincero.
Q? - E pro disco novo, o que vem por aí?
Fi - Aos poucos a banda vai moldando seu estilo própio, que é o estilo Nx Zero. Isso já vai dar pra perceber bastante no novo disco, que tá sendo lançado agora em junho. A gente conseguiu encaixar um pouco de cada um dentro de um contexto que forma o som do Nx Zero. Então o público vai ouvir um grupo mais maduro, mas que mantém a essência.
Gee - O legal é que o disco também tem um reggae, tem outra música que a gente gravou com o Túlio Deck, parceirão nosso, que faz um rap. Então, é a raiz do Nx Zero, mas estamos buscando juntos outra influência.
Q? - Vocês falaram da questão da internet, que tem dois lados. Enquanto muita banda cresce com divulgação, ao mesmo tempo há os downloads ilegais, a distribuição gratuita de música. Como vocês vêem isso?
Dani - Tem outra coisa que você perde muito baixando da internet, que é a qualidade do som no CD, absurdamente melhor. Mas é díficil brigar contra uma coisa tão grante quanto a rede. Então, acho que as bandas novas têm que parar de pensar que estão perdendo dinheiro e apostar na divulgação, o quanto puder. A grana fica pra depois, pros shows.
Caco - A internet pras bandas é literalmente uma faca de dois gumes. Mas é uma questão de hábito. Hoje a molecada passa muito mais tempo no computador, e já ouve o som ali mesmo. E a internet possibilita uma ligação muito rápida com o nosso fã. E o lance do disco a gente não tem do que reclamar. Conseguimos vender mais de 80 mil CDs em uma época em que o mercado diminiu mais de 60%, há seis anos.
Gee - Quem é fã de verdade vai crescer com a gente e vai querer guardar esse materia pro resto da vida. Se a banda é boa, eu compro o CD. Agora, os outros que você só quer conhecer, não tem jeito, acaba baixando da internet.
Caco - O ideal seria se as pessoas encarassem o download apenas como uma amostra grátis do disco. Mas não tem como controlar isso.
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